8 de outubro de 2014 |
N° 17946
ARTIGO
MUITO MAIS DO QUE UM SEGUNDO
TURNO
Mais uma vez, PT e PSDB vão
duelar nas majoritárias presidenciais; tal bipolaridade partidária vem sendo a
tônica, em nível federal, da recente história política brasileira. Todavia, a
sugerida bipolaridade é, em muitos pontos, linear e unidirecional. Sem
cortinas, ambos os partidos são de esquerda: o PT segue, em métodos e teoria, a
velha escola do socialismo marxista, enquanto o PSDB adota os tradicionais
caminhos da social-democracia europeia.
A principal diferença reside no
campo econômico e institucional: o PT adota o dirigismo estatal e o
aparelhamento partidário da máquina pública; já o PSDB defende um liberalismo
de viés social, pautado por critérios de meritocracia e busca de eficiência na
função pública.
Estabelecidas as peças do
tabuleiro eleitoral, é preciso ir além dos partidos e olhar o horizonte da
nação. Objetivamente, não estamos diante de um segundo turno puro e simples; o
que está em jogo é o futuro político do Brasil e dos milhões de cidadãos
brasileiros. Após longas décadas de luta contra a inflação, nosso país
encontrou a estabilidade no Plano Real.
Com a economia estabilizada,
conseguimos investir com maior monta no mercado interno, passar confiança ao
investidor estrangeiro e criar uma série de planos sociais de combate à
pobreza. O fato é que, desde a criação do real, em 1994, o Brasil mudou para
melhor e é exatamente isso que deve ser preservado.
Se avançamos em áreas econômicas
e sociais, o mesmo não pode ser dito quanto à qualidade da política e de suas
instituições. Infelizmente, nossos partidos e homens públicos perderam
credibilidade. O aviltamento dos costumes e a banalização desenfreada da
corrupção agrediram a crença democrática, enfraquecendo a esperança de dias
melhores.
Ora, as pessoas não esperam
milagres da política, mas querem encontrar alguém para acreditar; alguém que
lhes fale com honestidade e lisura de caráter; alguém que fuja das prontas
fórmulas de marketing e que tenha a autenticidade de olhar nos olhos, falar a
verdade e nos conduzir, com decência e honradez, a um futuro mais digno.
O Brasil está numa encruzilhada.
É hora de tomarmos o caminho adequado. As opções são duas: ficar ou mudar. Para
responder bem, pergunte-se: nosso país está bom assim como está?
Advogado - SEBASTIÃO
VENTURA PEREIRA DA PAIXÃO JR.