sexta-feira, 14 de dezembro de 2018



12 DE DEZEMBRO DE 2018
+ ECONOMIA

Lista de maldades de livre escolha

Não faltaram alertas de que o novo governo federal eleito enfrentaria o maior desafio na economia das últimas décadas. Mas a combinação entre a hesitação do presidente eleito sobre a reforma da Previdência e o buraco previsto nas contas de 2019 começa a tentar legitimar uma saída que será negada até a véspera de sua vigência: aumento de impostos.

Para impedir que a dívida pública do país siga crescendo, só há dois caminhos: reformas que cortem, ao menos, vantagens e privilégios ou aumento de impostos. A segunda alternativa foi encaminhada pela atual equipe do Ministério da Fazenda à transição de Jair Bolsonaro.

Conforme o jornal Valor Econômico, entre as opções de elevação de tributos, está a criação de uma alíquota adicional de 35% no Imposto de Renda para quem recebe acima de R$ 300 mil - não ao mês, mas ao ano.

Também aparecem a tributação de aplicações financeiras hoje sem tributação, como as letras de crédito agrícola e imobiliário (LCAs e LCIs), e a elevação de cinco pontos percentuais na tributação regressiva de aplicações financeiras. São apenas exemplos de um cardápio que inclui 16 sugestões de onde elevar a cobrança, com resultado total de R$ 77,8 bilhões no próximo ano.

É claro que a proposta está sendo encaminhada pela equipe que sai, não pela que entra. Mas é bom lembrar que o futuro superministro da Economia, Paulo Guedes, prometeu acabar em um ano com o déficit no orçamento.

O problema é que os instrumentos com os quais acenou resolver o problema, privatizações e venda de imóveis da União, exigem muito tempo para apresentar resultados significativos. Adivinhem o que é mais rápido? Bater no bolso do contribuinte. Ainda é só ameaça. Mas é melhor cuidar do bolso.

Mais uma fábrica e novos 30 bares

A Rasen Bier, de Gramado, completa seus primeiros 10 anos com um ousado projeto de expansão. Depois de inaugurar a primeira franquia Rasen Deutsch Bar no Park Shopping Canoas, em novembro, a empresa prepara a abertura de uma segunda unidade franqueada no BarraShoppingSul, em Porto Alegre, para janeiro de 2019. Até dezembro do próximo ano, a ambição da empresa serrana é abrir 30 franquias, levando a marca Rasen Deutsch Bar para toda a Região Sul e também para o Sudeste. No mesmo período, está prevista ainda a construção de uma nova fábrica, que deve dobrar a capacidade produtiva atual.Um dos objetivos da empresa é aumentar o número de pontos de venda que oferecem a marca, que hoje somam mais de mil. Além de suprir a expansão das franquias Deutsch Bar, a nova fábrica da Rasen Bier atenderá a abertura de mercados fora do Estado.

O recuo da china na guerra com os eUA, ao baixar a tarifa de importação de carros, deu fôlego ao mercado ontem. mas foi curto. a bolsa fechou quase estável, (0,59%), e o dólar se moveu muito, mas estacionou no lugar, a R$ 3,92.

Houve novo recuo no Índice de Desempenho Industrial da Fiergs, de 0,2% em outubro. As horas trabalhadas na produção caíram 1,5% e pesaram no indicador, que já havia declinado 0,1% em setembro.

"CORREMOS ATRÁS DO PREJUÍZO"

Chamada em 2011 para administrar a crise do Grupo PSA (Peugeot e Citroën) no sul da Europa, Ana Theresa Borsari comandou o plano que reduziu em até 60% as concessionárias da região. Convocada para cuidar da crise no Brasil, comanda a Peugeot desde 2015 e, a partir de janeiro deste ano, preside a PSA no Brasil (com Citroën e DS). Agora, tem missão oposta: levar as marcas dos atuais 2% do mercado para 5% até 2021. Avalia que o Brasil pode voltar à venda de 2013, mas só em 2023:

- Ainda corremos atrás do prejuízo.

Crise lá fora

"Fui chamada pela matriz para cuidar dos países do sul da Europa: Itália, Turquia, Portugal e Grécia. A crise de 2008 provocou queda de mercado tão intensa que pôs em xeque a forma como operava nesses países. Em 2008, a queda nas vendas foi de 40%, e em 2009, cerca de 50%. Foi preciso redimensionar a distribuição. Reduzimos em 60% a rede na Itália, e em 40% na Espanha. Lá, as concessionárias, que têm contrato com as montadoras, mantêm suas redes de distribuição. São negócios de pequeno porte, que permitem mais capilaridade."

Crise aqui dento

"Quando vim ao Brasil, no final de 2015, estávamos em choque, mais com a decepção do que deveria ou poderia ter sido o mercado, mas o modelo que estava estabelecido no Brasil para grupo PSA estava bem adequado ao mercado. Meu trabalho é quase o oposto do que havia feito na Europa, é dinamizar o negócio."

O pior passou

"O ápice da crise passou. Mas não falamos em crescimento, ainda corremos atrás do prejuízo. Estamos falando em retomar perdas dos últimos anos. A expectativa do grupo é de que vamos precisar até 2023 para retomar os níveis de venda de 2013. É possível retomar porque indicadores de taxa de motorização per capita no Brasil são baixos, muito aquém de outros países em desenvolvimento. O Brasil ainda tem muito potencial de crescimento."

Ambição para o Brasil

"O objetivo é alcançar 5% do mercado em 2021 com as marcas do grupo. É um objetivo concreto. Vamos fechar este ano com 2%. Teremos vários instrumentos, um dos quais é a ofensiva em utilitários, segmento em que somos líderes na Europa."

Desinteresse dos jovens

"Na Europa, há preocupação, porque a noção de mobilidade lá é outra. No Brasil, ainda não temos a mesma malha de transporte público. As soluções ainda são embrionárias."

O caçula criativo

Abre as portas amanhã o Hub One, centro de tecnologia, inovação e criatividade da Feevale, em Novo Hamburgo, para aproximar o campus do Techpark. O investimento de R$ 4 milhões foi focado em reforma e adequação do prédio. A unidade será inaugurada com todo o espaço ocupado por 22 empresas, além de fila de espera de outras 10. Está em estudo a construção do Hub Two, em área próxima. A ambição é se tornar o maior prédio grafitado do Estado, com arte de 600 m2 de Rafael Jung.

MARTA SFREDO

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