sábado, 16 de maio de 2020


16 DE MAIO DE 2020
CHAMOU ATENÇÃO

Um espetáculo sem graça


Na Avenida Dorival Cândido Luz de Oliveira, em Gravataí, bolas e cones não são as únicas coisas que precisam ser equilibradas pelos malabaristas e outros artistas que estão acampados em um terreno de esquina na parada 63. Com a pandemia, uma companhia com dois circos está tendo de passar muito mais tempo do que o de costume em uma cidade.

Os circos Troy e Pantanal são compostos por 13 famílias que totalizam cerca de 40 pessoas, além de nove cachorros. O Pantanal chegou a Gravataí em março. Conseguiu começar a temporada de shows - que normalmente dura de quatro a 15 dias - mas, como logo em seguida teve início o distanciamento social, o grupo não pôde continuar as apresentações.

O Troy, por sua vez, estava em Três Coroas. Entretanto, os integrantes tiveram a notícia de que outros circos conhecidos por eles estavam sendo convidados a se retirar dos municípios próximos, por isso resolveram ir embora. O terreno em que a primeira parte da companhia estava instalada era grande o suficiente para os dois circos, então, ficaram todos juntos.

Cada família tem seu trailer, usado como casa. Todos os integrantes, exceto as crianças, têm suas funções e salários predefinidos. Como todos do setor da arte e da cultura, eles estão sem receber, pois não há renda sem bilheteria.

- Não estamos passando fome, mas estamos tendo de equilibrar os sentimentos. Para as pessoas da cidade, mesmo em casa, é fácil se distrair. Pra gente não. Nossa vida é o circo - lamenta Lídio Rodrigues, palhaço e motorista.

De acordo com o decreto de distanciamento controlado, eventos de artes, cultura, esporte e lazer, teatros, cinemas e similares continuam proibidos.

LILIANE PEREIRA

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