quarta-feira, 22 de agosto de 2018


22 DE AGOSTO DE 2018
OPINIÃO DA RBS

O CUSTO DA INCERTEZA

Numa eleição de características inéditas como a de 2018, marcada acima de tudo pela indefinição, é natural que o mercado financeiro demonstre níveis elevados de inquietação. Com isso, acaba dando margem a distorções, particularmente numa área especulativa como o câmbio. Ainda que tenda a baixar mais adiante, uma cotação do dólar acima de R$ 4, como a registrada ontem, preocupa sobretudo pelo potencial de influenciar os preços de maneira geral, pressionando a inflação. Até uma definição maior sobre o quadro eleitoral, o que deverá ocorrer só depois do início do horário de propaganda obrigatória no rádio e na televisão, os brasileiros em geral precisam preservar a tranquilidade. Nessas circunstâncias, só tende a haver ganhos para quem conhece a fundo o mercado financeiro.

Diante das turbulências, é importante que as instituições, a começar pelo Judiciário, se empenhem em garantir mais clareza ao processo eleitoral. Os brasileiros precisam de segurança para identificar quais candidaturas estão de fato aptas a disputar votos. O país nunca havia passado por uma situação em que um candidato à Presidência da República preso depois de condenado em segunda instância aparecesse à frente nas pesquisas. E poucas vezes os levantamentos indicaram um percentual tão elevado de eleitores sem saber que decisão tomar no dia do pleito, o que amplia ainda mais as incertezas.

Sob o ponto de vista dos candidatos à Presidência da República, pelo menos os com chance real de chegar ao segundo turno, é urgente que possam explicitar de forma detalhada o que pretendem fazer, se eleitos, para enfrentar a crise brasileira. Essenciais em todas as áreas, as definições são urgentes especialmente no plano econômico, no qual predominam, até agora, ideias vagas e genéricas. A clareza, no caso, é fundamental para que os eleitores - e o mercado - troquem os sobressaltos pela certezas.

Os eleitores, especificamente, precisam se mostrar atentos a quais dos pretendentes a ocupar o Palácio do Planalto a partir de janeiro têm compromissos assumidos com a responsabilidade fiscal. Esse deve ser um propósito de nação, e não de um ou outro projeto partidário, para que o país possa voltar a ter crescimento com estabilidade econômica e política.

OPINIÃO DA RBS