quarta-feira, 29 de agosto de 2018


29 DE AGOSTO DE 2018
ARTIGO

POR UMA PORTO MAIS ALEGRE


Porto Alegre é a capital de um Estado onde se originou o cooperativismo no país. Foi destaque em ações públicas participativas e sediou eventos globais como o Fórum Social Mundial e o Fórum Internacional de Software Livre. Além de universidades públicas e privadas de excelência, possui parques científicos e tecnológicos de destaque internacional e, em termos esportivos, mantém dois clubes campeões mundiais de futebol, privilégio de poucos.

Nosso desafio na promoção de inovação deve se orientar conforme o que é desenvolvido por complexas organizações. Mais do que networking, é preciso agir como teamnets, entendido como a capacidade de as pessoas e suas empresas trabalharem em grupo, articuladas entre si e não necessariamente ligadas de modo formal umas às outras. O êxito resulta da criativa tensão que há entre tendências competitivas e coo- perativas, baseada em cinco princípios: dois deles dão suporte à competição: participantes independentes e múltiplos líderes; dois refletem cooperação: propósito unificador e interligações voluntárias; o quinto princípio proporciona equilíbrio entre as forças antagônicas, ou seja, níveis interativos.

A combinação entre cooperação e competição é salutar. Concebida em 1995 por pesquisadores de Harvard e Yale (EUA), a coopetição está baseada na Teoria dos Jogos, uma vez que a cooperação é necessária para aumentar os benefícios entre os indivíduos (foco no crescimento) e a competição prevê o posterior compartilhamento dos seus resultados (foco na partilha). O desafio está posto: forças competitivas e colaborativas se manifestam na cidade, fazendo jus a uma Porto mais Alegre de se viver e compartilhar seu futuro.

Professor da PUCRS, coordenador da equipe de preparação do Pacto de Inovação de Porto Alegre

LUÍS VILLWOCK