quarta-feira, 30 de novembro de 2016



30 de novembro de 2016 | N° 18702
EDITORIAL

O CONFORTO DA SOLIDARIEDADE

O Brasil se une num mutirão de solidariedade para o mais importante: dar integral atendimento aos sobreviventes e apoiar as famílias das vítimas.

A tragédia que vitimou atletas, jornalistas, dirigentes, profissionais do esporte e tripulantes do avião que conduzia a delegação da Chapecoense à Colômbia une o Brasil na dor e no desalento, mas também desperta um forte sentimento de solidariedade coletiva. Impactados pela triste notícia da madrugada de ontem, os brasileiros logo começaram a se mobilizar para aliviar o sofrimento dos familiares e amigos das vítimas, primeiro pela busca de informações consistentes e confiáveis sobre o acidente, em seguida pelas providências das autoridades para dar assistência aos parentes dos mortos e feridos e, na medida em que as piores notícias se confirmavam, pelo sentimento de pesar, pela oração, pela disposição de ajudar e pelo carinho de milhares de pessoas anônimas que se alinham voluntariamente ao clima de consternação nacional.

Dar integral atendimento aos sobreviventes e apoiar as famílias das vítimas são as urgências do momento. Neste sentido, merecem reconhecimento a agilidade e a presteza dos governos federal e catarinense para dar acompanhamento às famílias e também para colaborar com as autoridades colombianas na identificação, liberação e transporte dos corpos.

Igualmente sensatas e oportunas têm sido as providências adotadas pelas entidades que dirigem o futebol ao reorganizar o calendário esportivo e garantir condições especiais à Chapecoense para que continue participando das competições, com a anuência explícita e solidária dos demais clubes. Algumas agremiações, inclusive, já manifestaram a intenção de ceder atletas ao time catarinense, para recompor seu elenco.

O Brasil está unido neste mutirão de solidariedade. Porém, tão logo seja superado o impacto inicial, é essencial que as autoridades apurem com rigor as causas do acidente, principalmente para que dele se tirem os devidos ensinamentos no sentido de prevenir outros desastres dessa natureza. Reconforta constatar tanta cooperação e fraternidade, mas precisamos também transformar esses sentimentos grandiosos em ações práticas, para que a normalidade da vida seja retomada no seu devido tempo. A melhor homenagem que todos podemos fazer aos jovens atletas e aos demais profissionais que tiveram sua viagem interrompida é continuarmos a caminhada – com bravura e humanidade.