segunda-feira, 10 de setembro de 2018


10 DE SETEMBRO DE 2018
+ ECONOMIA

MERCADO TERÁ TESTE DE RACIONALIDADE

Depois do episódio da quinta-feira, quando a bolsa de valores teve alta brusca instantes depois que o candidato à Presidência do PSL, Jair Bolsonaro, foi atingido por uma facada durante ato de campanha, é hora de o mercado financeiro mostrar sua face racional. O conjunto é formado por investidores institucionais (fundos de pensão e de investimento), especuladores profissionais (fundos focados em ganhos fáceis com operações complicadas) e pessoas físicas com os dois tipos de atuação.

Expressões como "pânico nos mercados" ou "operadores estressados" mostram que esse universo não se move só por racionalidade. Mas a lógica está na base. No Brasil e no Exterior, sobram motivos para ataques de nervos. Diante da capacidade de que se revestiram esses agentes - educação formal e treinamento específico - é razoável esperar comportamento menos errático.

Nesta semana, os operadores se preparam para uma chuva de pesquisas eleitorais - tradicionais, nichadas e com metodologia menos ortodoxa. Quando bolsa e câmbio variam muito em surtos rápidos, o efeito costuma se restringir à própria bolha. Perdas milionárias com ações muitas vezes sequer ocorrem na vida real. Se o preço baixa e o dono não as vende, não "realiza" o prejuízo. O mesmo vale para o ganho, embora essa "não realização" seja rara.

Mas quando o mercado entra em circuito negativo duradouro, o contágio para a economia real ocorre com forte intensidade. Perdas de rentabilidade podem significar restrição de financiamento para empresas e seus projetos. Necessidade de cobrir prejuízo pode levar ao cancelamento de projetos. A flutuação é característica do mercado financeiro, e geralmente embute sua própria correção. Negociar de olho na urna não é ilegal, mas ameaça o futuro.

depois do mar de lama que cercou a petrobras e do oceano de incertezas sobre a atividade no brasil, melhor voltar a acompanhar de perto o setor de exploração e produção de óleo e gás. só em 2019, estão previstas 23 perfurações de poços no Brasil.

MARTA SFREDO