sábado, 18 de janeiro de 2020


18 DE JANEIRO DE 2020
+ ECONOMIA

Mais desgaste para imagem do Brasil


Não havia alternativa senão a demissão depois de vídeo gravado em estilo nazista pelo agora ex-secretário da Cultura, Roberto Alvim. Pouco antes de ser exonerado, defendeu a obra, atribuindo a citação de Joseph Goebbels, a "coincidência retórica" em entrevista à Rádio Gaúcha. Era a imagem do Brasil como um país minimamente civilizado que estava em jogo. Continua, mesmo após a saída de Alvim, porque ele deve ter avaliado que o vídeo seria aceitável neste governo.

O caso foi registrado pelos principais jornais, como The New York Times, TVs, como a britânica BBC e sites focados no mercado financeiro global, como Bloomberg.

Desde o episódio das queimadas na Amazônia - não pelo fogo em si, mas pela reação do governo ao problema, com desprezo ao ambiente e à ciência -, a visão sobre o Brasil no Exterior está em xeque. Com exceção de uma visita amistosa à China, para apagar o discurso agressivo da campanha, nada foi feito para mudar a percepção externa. Depois do vexame de 2019, quando sequer usou o tempo de que dispunha para "vender" o Brasil a alguns dos mais poderosos investidores do planeta, neste ano o presidente Jair Bolsonaro preferiu não ir ao Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.

Só nesta semana, demonstrou tolerância a conflito de interesses no governo, ao manter no cargo o chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência (Secom), Fabio Wajngarten, mesmo diante do fato de que ele é sócio de empresa que recebe dinheiro de contratadas do governo. Ensaiou ser leniente ao levar Alvim para sua transmissão ao vivo em uma rede social depois do vídeo.

Tudo isso ocorreu na semana em que o governo federal apresentou planos de concessão de serviços e privatização de empresas, contando com capital externo nos dois casos. Embora haja muito dinheiro amoral circulando pelo mundo, fontes oficiais de recursos têm princípios. O desgaste na imagem do governo brasileiro é só parte do cenário que provocou, em 2019, o maior saldo negativo na entrada e saída de dólares. O eco nazista foi um limite ético. Daqui para a frente, terá de provar que, de fato, abomina "ideologias totalitaristas e genocidas".

Shopping de bike

Porto Alegre ganhou uma espécie de shopping de bicicletas. Na Avenida Nilópolis, o Bike Hut - Bike.Cultura.Café reúne loja, oficina e cafeteria. O espaço foi criado por Eduardo André, empreendedor que migrou do setor de telecomunicação. Mudou-se para Porto Alegre para acompanhar sua mulher e acabou unindo hobby e negócios. Foi precursor em corrida BMX (com bicicletas especiais), nos anos 1980.

A associação dos profissionais dos Correios contesta o secretário de Desestatizaçao, Salim Mattar. Ele afirmou que a empresa "não vem dando lucro nos últimos anos". Segundo a entidade, em 2017 os Correios lucraram R$ 667 milhões e, em 2018, R$ 161 milhões. Os dados foram checados e estão corretos.

CRISE? QUE CRISE?

Indústria de Campo Bom, a FCC inova com a DunDun Cerâmica, que fixa revestimentos cerâmicos, substituindo argamassa colante. Prevê retorno de R$ 20 milhões até 2024.

Aos 40 anos, a Fenin Fashion, feira de moda que ocorre em Gramado entre os dias 28 e 31, terá pela primeira vez um hub de inovação, o I.Nova Fenin. Espera 25 mil visitantes.

O Sindmóveis, de Bento Gonçalves, coordena missão para Alemanha e Reino Unido com designers brasileiros e apoio da Apex.

MARTA SFREDO

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