sábado, 25 de janeiro de 2020


25 DE JANEIRO DE 2020
RODRIGO CONSTANTINO

Ódio bonitinho


O caso recente do vídeo bizarro do ex-secretário da Cultura do governo Bolsonaro, com estética e mensagem nazistas, serviu para tirar da toca vários democratas de ocasião. A reação negativa foi basicamente unânime, mas não coerente. Muitos demonstraram ojeriza ao teor da peça, ao mesmo tempo em que não se importam de enaltecer outras ideologias totalitárias ou métodos violentos.

Vejamos o caso do "músico" Marcelo D2, mais conhecido por sua apologia da maconha. Talvez empolgado após o consumo da erva ou um filme de Tarantino, o ativista "paz e amor" publicou um tweet em que desejava tatuar à faca no rosto desses "nazistas" todos uma suástica. Vários usuários denunciaram a postagem, mas parece haver um duplo padrão na rede social, onde o "ódio do bem" é tolerado quando vem da esquerda.

Já a deputada federal do Rio pelo PSOL, Talíria Petrone, que se descreve como "professora de História, negra, feminista", achou adequado reverenciar o genocida Lênin no aniversário de sua morte. Ela descreveu o psicopata como o "cara que ousou substituir o poder do Czar, o Rei, pelo de Conselhos de Operários, Soldados e Camponeses - os Soviets". Em seguida, analisou: "A revolução foi traída, mas Lênin, pelo exemplo e pelos escritos, é eterno".

De fato, é eterno no mausoléu dos crentes do comunismo e no rol dos maiores assassinos da História. Recomendo inclusive o livro da historiadora Helen Rappaport sobre os últimos dias dos Romanov, que deixa claro o grau de perversidade do sujeito. A postagem gerou forte reação negativa nas redes sociais, mas nem um pio da grande imprensa.

Uma das coisas mais importantes hoje é acabar com o salvo-conduto da extrema-esquerda, com o duplo padrão de quem detona Pinochet enquanto louva Fidel Castro, cospe no nazismo enquanto enaltece o comunismo. Nesse sentido, até que o vídeo tosco do ex-secretário cumpriu uma missão nobre involuntária.

Enquanto partidos como o PT e o PSOL forem considerados normais pela imprensa brasileira, haverá olavismo e gente como Roberto Alvim por aí, ganhando destaque como contraponto a essa insanidade. A esquerda caviar pariu o bolsonarismo radical.

RODRIGO CONSTANTINO

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