sexta-feira, 24 de janeiro de 2020


24 DE JANEIRO DE 2020
POLÍTICA +

Huck não está em Davos a passeio

A presença do apresentador Luciano Huck no Fórum Econômico de Davos poderia ter passado despercebida se o próprio tivesse ido à Suíça apenas para ouvir e participar de um painel.

Assim que chegou a Davos, na terça-feira, Huck gravou um vídeo em que aparece com a neve das montanhas suíças ao fundo, falando do que é e do que não é o Fórum. Editado com efeitos especiais, o vídeo é repleto de sinais de que o apresentador não foi a Davos a passeio: sua agenda é cada vez mais de pré-candidato a presidente, ainda que faltem quase três anos para a eleição.

Huck foi à Suíça para ver e ser visto. Ontem, fez palestra em um almoço para cerca de 40 executivos. Disse que a desigualdade social é a fonte dos problemas na América Latina:

- Crescimento econômico sem redução da desigualdade é como amor sem beijo, Batman sem Robin, Bonnie sem Clyde.

O jornal O Globo relata que, ao final do almoço, o apresentador foi parado por Alicia Bárcena, secretária executiva da Comissão Econômica para a América Latina, para uma selfie.

- Agora vou te seguir (nas redes sociais). Espero que você seja o próximo presidente - disse ela.

Na palestra, Huck falou sobre o RenovaBR, movimento do qual é um dos fundadores, sobre o desafio de levar "gente com ética" para a política.

Marchezan estuda alternativa a aumento de 11% na tarifa

Só se surpreende com o pedido de aumento de 11% na tarifa de ônibus de Porto Alegre quem fez ouvidos de mercador aos alertas que o prefeito Nelson Marchezan vem fazendo desde novembro do ano passado. As empresas apresentaram à EPTC um pedido para elevar o preço da passagem de R$ 4,70 para R$ 5,20. Ou seja, quase três vezes a inflação de 2019.

Ontem, Marchezan disse à coluna que está discutindo alternativas, porque em nenhum lugar do mundo o usuário banca sozinho o valor da passagem:

-Vamos apresentar à Câmara uma proposta inovadora e estruturante. Em nenhuma área fomos medíocres. Não vai ser diferente com a mobilidade.

Em 21 de novembro, a coluna publicou a advertência do prefeito com o título "Aumento das passagens de ônibus é bomba-relógio que precisa ser desarmada". Marchezan citava a queda no número de passageiros e o aumento dos insumos como a combinação que faria as empresas pedirem aumento acima da inflação. Bingo. No pedido de aumento de R$ 0,50 por viagem, as empresas alegam redução de 4,11% no número de passageiros e elevação dos preços do diesel e dos ônibus acima da inflação.

Em 2019, temendo uma convulsão social nas principais capitais com o reajuste da passagem no início de 2020, Marchezan e outros prefeitos foram a Brasília em busca de socorro federal. Alertaram os presidentes da Câmara e do Senado, falaram com ministros e apresentaram sugestões para evitar que toda a conta caísse nas costas dos usuários. Nada foi feito.

Além do peso do aumento da tarifa, já que nenhuma categoria de trabalhador teve reajuste salarial próximo de 11%, não se pode ignorar o componente político para alimentar futuros protestos: 2020 é ano eleitoral.

ROSANE DE OLIVEIRA

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