quinta-feira, 9 de novembro de 2017

06 DE NOVEMBRO DE 2017
LITERATURA

DOMINGO DE VENDAS

LIVREIROS COMEMORARAM o retorno do público depois de um sábado chuvoso em Porto Alegre

Odomingo de sol e temperatura amena fez da Praça da Alfândega o destino de milhares de pessoas em Porto Alegre. Em contraste com o movimento escasso no sábado chuvoso, as alamedas estiveram repletas de gente circundando as bancas, sobretudo famílias vasculhando saldos e comparando os descontos oferecidos.

O casal de motoristas Viviane Cunha e Maurício Aita deixou Canoas no final da manhã rumo à Capital. Após almoçar no Centro, cumpriram o ritual de todos os anos: fixaram um valor para os filhos gastarem em livros e saíram a percorrer a praça. Davi, 13 anos, e Arthur, seis, receberam R$ 50 cada um. Meticulosos, desbravaram o setor infantojuvenil verificando preços e promoções. No meio da tarde, carregavam quatro bolsas com 16 livros.

- Eles olham tudo, depois voltam para comprar. Fizeram esse milagre - diz Valéria, mostrando as sacolas repletas de obras de ficção medieval, histórias de capa e espada e livros para colorir.

Para Gabriela Luizelli, dona da banca da Livraria Aurora, o domingo foi o melhor dia desde o início da Feira. As vendas, que estavam girando em torno de 200 a 300 volumes por dia, já haviam alcançado a marca de 400 exemplares no meio da tarde. Segundo Gabriela, o pior dia foi quarta- feira, na abertura dos trabalhos. No sábado, apesar da chuva, a presença de muitos turistas do Interior ajudou na comercialização, ainda que abaixo da média. O objetivo é atingir o patamar da edição de 2016, quando a Aurora vendeu cerca de 8 mil livros.

Perto dali, Vitor Zandomeneghi também comemorava a presença do público. Sócio da Banca do Livro, Zandomeneghi diz que historicamente os primeiros dias de feira são de maior movimento. Ontem, ele comemorava a venda de cerca de 400 livros, o dobro do registrado no sábado.

- Tá uma loucura. A gente sempre vende mais no sábado do que no domingo, mas ontem teve muita chuva. Hoje, não. E as pessoas estão adquirindo, não estão só olhando os preços - relatou, diante do grupo de clientes que buscava espaço em frente à banca.

Zandomeneghi acredita que os descontos progressivos, de 20%, 30% e até 50% - e não apenas um padrão linear, de 20% - também ajudaram a atrair mais leitores. Viviane e Maurício que o digam. Após deixarem as compras dos filhos no carro, o casal voltou à Feira em busca de literatura adulta. A ideia era garimpar promoções até o fim do dia, cada um também com uma cota de R$ 50.

- E não acaba hoje. Pretendemos voltar outro dia para curtir a programação artística e, quem sabe, comprar mais - disse Viviane.

fabio.schaffner@zerohora.com.br