quinta-feira, 16 de novembro de 2017


16 DE NOVEMBRO DE 2017
ARTIGO

ALERTA AOS LADRÕES DE LIVROS


Época de feira do livro é também época propícia a um tipo especial de ladrão, que não busca uma leitura de graça, mas algum lucro monetário. Os responsáveis pelas barracas da Praça da Alfândega tomam todos os cuidados, mas os furtadores de livros têm os seus truques.

Em artigo recente na internet, um conhecido jornalista deu algumas dicas de como sair com naturalidade de um estabelecimento comercial com um livro debaixo do braço, sem nada pagar. Para ele, o amor aos livros justifica o erro e essa atividade deve ser coibida pelos livreiros com compreensão e até com carinho, pois pode estar ali um futuro e correto cliente.

Contam os historiadores que os ladrões de livros já eram uma praga na Idade Média e na Renascença, o que levou o papa Benedito XIV a lançar, em 1752, uma bula segundo a qual esses larápios seriam excomungados. Surgiram na época outras advertências assustadoras, como esta: "O nome do meu senhor acima vês,/ Cuida portanto para que não me roubes;/ Pois, se o fizeres, sem demora/ Teu pescoço... me pagará./ Olha para baixo e verás/ A figura da árvore da forca;/ Cuida-te portanto em tempo,/ Ou nesta árvore subirás".

Na biblioteca do mosteiro de São Pedro, em Barcelona, foi encontrado um aviso ainda mais candente: "Para aquele que rouba ou toma emprestado e não devolve um livro a seu dono, que o livro se transforme em serpente em suas mãos e o envenene. Que seja atingido por paralisia e todos os seus membros murchem. Que definhe de dor, chorando alto por clemência, e que não haja descanso em sua agonia até que mergulhe na desintegração. Que as traças corroam suas entranhas como sinal do Verme que não morreu. E quando finalmente for ao julgamento final, que as chamas do Inferno o consumam para sempre".

Como certas pragas ou maldições não têm prazo de validade e perduram por gerações, é aconselhável que os possíveis candidatos a esses delitos, entre nós, fiquem alertados para o que pode estar à sua espera. Fica o aviso.

ANTÔNIO GOULART