quinta-feira, 9 de novembro de 2017



08 DE NOVEMBRO DE 2017
ARTIGOS

QUER INOVAR? CORRA MAIS RISCOS

Nos enganamos, muitas vezes, ao confundir inovação com rupturas profundas: pensamos no Facebook, na Virgin Galactic ou em Steve Jobs, e nos esquecemos que inovação não é apenas mudar o mundo, e sim trazer algo novo para determinada situação ou problema: a melhoria pelo incremento orgânico, o insight da criação não destrutiva - fico pensando em como pequenas mudanças poderiam ter mantido alguns casamentos em pé.

Para sermos exponenciais, precisamos construir primeiro a base. Existem novas maneiras de resolver problemas antigos, mas também maneiras antigas de resolver problemas novos, e conviver com o risco - permitindo-se cair de vez em quando - nos presenteia, no mínimo, com a habilidade da resiliência. De não desistir na primeira tentativa: Einstein costumava dizer que alcançava soluções mais inovadoras não porque era mais inteligente, e sim porque passava mais tempo em cima dos mesmos problemas.

Se temos medo de aprender, temos medo de viver. Se não nos arriscamos a experimentar comidas diferentes, contratar fornecedores diferentes ou simplesmente pedirmos desculpas, incorreremos no erro clássico de pensarmos que poderemos alcançar novos resultados continuando a fazer, repetidamente, a mesma coisa. Acho que deveríamos pensar um pouco nisso antes de começarmos a listar nossas resoluções para 2018.

Nossas empresas não serão mais inovadoras se nós mesmos não começarmos a questionar as ortodoxias, fomentar os outliers e parar de pedir aprovação para tudo. Nossos empreendimentos só darão certo quando forem resoluções realmente de dentro, e isso é apenas o começo. Nossas vontades poderiam ser como sementes, e nossa filosofia não deveria ser a de buscar reduzir os riscos, e sim aumentar nossas chances de sucesso.

Professor da PUCRS e escritor cassio@grinbergconsulting.com.br

CASSIO SCLOVSKY GRINBERG