quarta-feira, 26 de agosto de 2020


26 DE AGOSTO DE 2020
UFRGS

Bolsonaro deve nomear reitor até 20 de setembro

O presidente Jair Bolsonaro tem até 20 de setembro para nomear o novo reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A lista tríplice encaminhada ao Ministério da Educação (MEC) pelo Conselho Universitário (Consun), contendo os nomes de Rui Vicente Oppermann - atual reitor -, Karla Maria Müller e Carlos André Bulhões Mendes ainda está sob análise do governo.

Em menos de um mês, encerra-se o mandato de Oppermann e Jane Tutikian, atuais reitor e vice-reitora, que foram nomeados em 20 de setembro de 2016 pelo presidente da Câmara dos Deputados e então presidente em exercício Rodrigo Maia. O MEC informou que começou a avaliação técnica dos nomes e que, após essa fase, será encaminhado um relatório para Bolsonaro, que, então, definirá o nome.

Votos

A consulta acadêmica que indicou preferência por Oppermann e Tutikian, em um sistema que dá maior valor aos votos dos professores do que dos alunos e servidores da universidade, e a eleição no Consun, em que a mesma chapa foi referendada com 45 dos 77 votos dos conselheiros, não significam que esses devem ser os nomes escolhidos para a reitoria.

Questionado pela reportagem, o MEC não respondeu se é possível que o mandato da atual gestão seja encerrado sem que a chapa seguinte seja nomeada. A UFRGS, por sua vez, explicou que isso nunca aconteceu - e, portanto, a nomeação é esperada para os próximos 25 dias.

Protestos

A possibilidade de Bolsonaro escolher o último colocado tem levado a manifestações favoráveis e contrárias. Enquanto defensores explicam que é uma prerrogativa legal e algo com que os candidatos concordaram ao concorrerem à reitoria, os críticos defendem que a chapa do professor Bulhões foi a menos votada.

Integrantes do Diretório Central de Estudantes (DCE) da UFRGS convocaram ato "em defesa da autonomia e democracia" para hoje, às 9h30min, em frente à Faculdade de Educação. Entre as demandas do protesto, organizado pela Associação de Pós-Graduandos, pela Assufrgs, que representa os técnicos administrativos ligados à universidade, e pelo próprio DCE, estão o fim dos cortes às instituições públicas de Ensino Superior e a paridade nas eleições da UFRGS, com peso igual para cada votante, independentemente de sua categoria.

- Mas agora precisamos defender a autonomia universitária. Os problemas da universidade resolvemos na UFRGS, e não com um interventor - define Ana Paula Santos, estudante de Matemática e coordenadora-geral do DCE.

GUILHERME JUSTINO

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