sábado, 22 de agosto de 2015



22 de agosto de 2015 | N° 18270
MAGRELAS A PERIGO

BikePoa pode ter freada brusca


ATRASO EM PROCESSO de licitação do serviço de aluguel de bicicletas pode causar interrupção de viagens por tempo indeterminado

Um dos serviços mais utilizados e comemorados em Porto Alegre nos últimos anos pode parar de funcionar por tempo indeterminado. O BikePoa, opção de aluguel de bicicletas com 153 mil usuários cadastrados, em operação há três anos na Capital, passará por um novo processo de licitação – o que deveria ter ocorrido em julho. Caso a vencedora da disputa não seja a mesma empresa que detém o contrato atualmente, está prevista interrupção das viagens para a troca de equipamentos.

O problema é semelhante ao registrado com os relógios digitais e com os parquímetros, que ficaram ou estão fora de operação por demora envolvendo o processo de licitação. A possibilidade de paralisação preocupa usuários e associações de ciclistas, que apontam a falta de planejamento como o principal responsável pelo cenário. Para Cadu Carvalho, coordenador de comunicação da associação Mobicidade, a possível suspensão do serviço reflete problemas de gestão por parte da prefeitura:

– É algo muito triste e preocupante para a cidade. Com um pouco de planejamento seria possível resolver a questão. Muitas pessoas utilizam as bicicletas do BikePoa como meio de transporte para o trabalho, e deixá-las sem o serviço é irresponsabilidade.

PREVISÃO DE 40 NOVAS ESTAÇÕES

Pablo Weiss, integrante da Associação dos Ciclistas de Porto Alegre (ACPA), também entende que a administração municipal deveria estar preparada e se planejar para as eventuais mudanças. A possibilidade de uma nova empresa ganhar o processo de licitação, entretanto, não é vista com maus olhos por ele:

– O serviço do BikePoa que temos atualmente é bastante deficitário. As condições das bicicletas não são boas, não recebem manutenção frequente, e as estações ainda estão muito concentradas nas zonas centrais da cidade, deixando de atender a periferia. Diante disso, se existe a possibilidade de outra empresa vir a prestar o serviço, pode ser benéfico para os moradores.

Entre as mudanças previstas na nova licitação, estão a ampliação de 40 para 80 estações até o final do futuro contrato e o pagamento de parte das receitas para a prefeitura, que, segundo a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), utilizará os recursos para a compra de material para fiscalização.

O QUE DEVE MUDAR

-O contrato atual com a Serttel, e patrocínio do banco Itaú, expira em 22 de setembro.
-O edital, que estava previsto para julho, atrasou. Ele deve ser lançado até o final deste mês.
-A empresa vencedora deverá ser anunciada até o final de setembro.
-Quem ganhar a licitação irá operar o serviço durante cinco anos e, assim como no modelo atual, poderá utilizar patrocínio externo.
-Entre as mudanças previstas no novo contrato está o aumento no número de estações: de 40, passarão a ser 80 até o final do futuro contrato.
-O novo edital também prevê o pagamento de parte das receitas à prefeitura. A EPTC diz que os recursos serão usados para compra de material para fiscalização.
-O preço ao usuário será o mesmo cobrado hoje, de R$ 5 por viagem, ou R$ 10 por mês.

FORA DO AR

Outros serviços na Capital que foram interrompidos na mudança de fornecedores
Relógios digitais
-Em processo de elaboração da licitação do mobiliário urbano, a prefeitura deixou terminar o contrato com a empresa Ativa sem planejar a fase de transição. O serviço só deve ser restabelecido em 2016.
Parquímetros
-Entre fevereiro e abril deste ano, os parquímetros deixaram de funcionar, ao final do contrato com a empresa que fazia o recolhimento das moedas, e o início do novo acordo firmado pela prefeitura.