segunda-feira, 24 de agosto de 2015



24 de agosto de 2015 | N° 18272 
MARCELO CARNEIRO DA CUNHA

O começo do mundo, parte 2


Halt and Catch Fire teve uma intensa primeira temporada, em que praticamente tudo aconteceu com os nossos bravos heróis pioneiros da computação pessoal. O mais bacana desta série é a gente perceber que essa fase dramática das nossas vidas foi há tão pouco tempo, nos anos 1980. Foi ali que americanos inventaram as máquinas que se tornaram o centro do novo universo da tecnologia, que foi dos primeiros Macs e IBM PC (quem lembra?) até o smartphone que você passa olhando o dia inteiro.

Halt and Catch Fire nos mostra tudo isso, e os homens e mulheres por trás dessa revolução. Na segunda temporada, o destaque é para as mulheres, que criam uma empresa de games, uma das maiores indústrias desse tempo de bits and bytes.

A gente vive tão cercado por todos esses produtos que nem ao menos se dá conta de que eles não estiveram ali desde sempre. Nascido no século 12, eu vivi em um mundo onde nem ao menos a televisão era uma coisa tão presente. Na cidadezinha onde eu vivia, eram três aparelhos, se não me engano, preto e branco e com um canal, quando pegava. 

De lá, chegamos ao mundo de hoje, onde as crianças nem ao menos veem televisão e acessam seus desenhos animados em tempo real, na Netflix ou no YouTube. O mundo, caros amigos, começou ali, no momento em que uns sujeitos loucos por fama, dinheiro e tecnologia resolveram tirar a computação das salas cheias de mainframes e colocar aquele poder todo na sua sala.

Alguém aí lembra dos primeiros computadores? Com discos flexíveis, HDs de 30MB e tela de fósforo verde? Impressoras matriciais? Alguém aí lembra do mundo antes da internet?

Halt and Catch Fire é uma viagem para lá de interessante por esse mundo em formação, e por isso já vale o tempo gasto olhando para eles, para as roupas, para os carros, para os computadores e as grandes questões que assombravam a todo mundo lá atrás, quando o Big Bang era novidade e os PCs ainda não invadiam cada instante das nossas vidas.

Vá, veja e curta pra valer. Fica a dica.