segunda-feira, 26 de agosto de 2019


OPINIÃO DA RBS

BEM MAIS QUE UMA FEIRA

Ao longo das suas 42 edições, a Expointer se transformou em símbolo da pujança do agronegócio gaúcho, um setor que aprendeu a superar obstáculos e, também por isso, virou referência nacional e mundial. Até 1º de setembro, o Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, será palco de múltiplas atrações e cenário de encontros que gerarão negócios e reforçarão laços.

O primeiro deles entre tradição e futuro, dois aspectos que tanto a agricultura quanto a pecuária gaúchas sabem compreender e valorizar. A tecnologia, expressa em máquinas, utensílios e processos muitas vezes disruptivos, já é parte inseparável da realidade do setor que, apesar dos olhos no futuro, mantém suas raízes fortes e ativas.

É justamente a capacidade de promover encontros que transformou a Expointer, sem nenhum demérito a outras iniciativas, em um marco único. Somente no primeiro dia de funcionamento, mais de 50 mil pessoas visitaram o parque de Esteio. A afluência do público urbano é esse diferencial que empresta uma relevância peculiar ao evento. Milhares de crianças, vindas de lugares onde a relação com o agronegócio se dá, basicamente, nos supermercados, açougues e vendas de bairro, aprendem sobre as dificuldades e o fascínio da produção de alimentos, máquinas e insumos.

Cria-se, assim, um elo relevante nessa cadeia de valor, tantas vezes subestimada por quem não a conhece.
O ambiente festivo não impede que as atenções de Esteio estejam voltadas também para o macrocenário, mais uma comprovação da sintonia do agronegócio com a realidade de um mundo cada vez mais dinâmico e desafiador. A guerra comercial entre Estados Unidos e China traz para cá as ameaças e oportunidades que caracterizam as crises.

Se, por um lado, as barreiras impostas reciprocamente pelas superpotências abrem espaço para a nossa produção, por outro, geram uma instabilidade com desdobramentos imprevisíveis. Outra variável que se apresenta no horizonte do agronegócio gaúcho são as possíveis consequências do desgaste da imagem do Brasil gerado por notícias sobre os danos das queimadas e dos desmatamentos na Amazônia, fato que mereceu, na sexta-feira, finalmente, uma reação sóbria e racional por parte do governo federal.

Some-se a estes fatores todos os demais, ligados à gestão mais direta dos negócios e aos ciclos impostos pela natureza, com todas as suas oscilações e imprevisibilidades. Some-se também a isso o recém-firmado acordo entre Mercosul e União Europeia e seus impactos no tecido produtivo local. Tem-se, assim, uma ideia aproximada do nível de exigência das atividades ligadas à agricultura e à pecuária, geradoras essenciais de empregos, riqueza e desenvolvimento em um país que tantos entraves ainda impõe a quem empreende.

Durante os dias da Expointer, celebramos, com justiça, um Rio Grande do Sul que deu certo e, a julgar pelo empenho e pela capacidade dos homens e das mulheres responsáveis por essa trajetória, irá continuar servindo de pilar para o desenvolvimento de um país que muito se beneficiaria se, também em outras áreas, seguisse os exemplos que vêm do agronegócio gaúcho.
OPINIÃO DA RBS

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