sexta-feira, 21 de julho de 2017



21 de julho de 2017 | N° 18903
PERFIL

Mestrado tentou explicar o inexplicável

Na fila do concorrido velório do jornalista Paulo Sant’Ana ontem na Arena, misturada aos fãs e inchada de chorar, estava quase incógnita uma pessoa que fez dele o objeto de sua dissertação acadêmica.

A jornalista Patrícia Specht, gremista de quatro costados e fã de Pablo desde sempre, decidiu, em 2008, que o ídolo valia um tema de mestrado. E foi o que ela fez. O resultado é “A construção da imagem do jornalista Paulo Sant’Ana”, pesquisa com a qual ela se tornou mestre em Jornalismo pela PUC de São Paulo.

Patrícia admite que difícil mesmo foi explicar aos paulistas a dimensão da popularidade de Sant’Ana e suas singularidades.

– Sant’Ana não era Jorge Kajuru no futebol, não era Diogo Mainardi na política. Ele incendiava opiniões à sua própria maneira. Um fenômeno único, gaúcho – define.

Patrícia ressaltou, no mestrado, a capacidade de Sant’Ana de desacomodar a rotina, seu olhar crítico sobre o cotidiano. E, por isso, ela sente saudade. E, por isso, estava ali, em meio à fila de admiradores-torcedores que lotavam o saguão da Arena do Grêmio.