segunda-feira, 26 de outubro de 2020


26 DE OUTUBRO DE 2020
PORTO ALEGRE

Protestos impedem corte de árvore no bairro Independência 

O corte de um guapuruvu motivou novos protestos de moradores do bairro Independência, ontem, em Porto Alegre. Ação coordenada por ativistas da causa ambiental e moradores da região impediu novamente a ação de funcionários de uma empresa contratada pela prefeitura. Após a operação ter sido frustrada na tarde de sábado, os trabalhadores retornaram ontem e foram novamente interpelados por moradores da região. O impasse foi resolvido pela Brigada Militar, e o corte, adiado de novo.

Os manifestantes pedem mais tempo e nova avaliação técnica. Eles contestam o laudo apresentado pela empresa sobre as condições que permitiriam a ação de corte. Para o professor de botânica e coordenador do Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais (Ingá), Paulo Brack, que acompanha os moradores, o documento apresentado "é precário" e a árvore apresenta "bom estado".

- Consideramos que a árvore, 60% dela, está em condições de continuar. Queremos que a prefeitura dê mais tempo - afirma.

Laudo

Brack assina um parecer elaborado pelo grupo que avalia as condições de saúde do guapuruvu. A árvore tem 26m de altura e 1m30cm de diâmetro. Conforme o documento, o vegetal não apresenta sinais significativos de apodrecimento, apesar de uma cicatriz de um galho que caiu, o que poderia ter sido submetido a procedimentos de remoção de tecidos necrosados. A queda do galho mencionada no parecer foi a motivação para o pedido de corte. A árvore fica em um canteiro de um condomínio na Rua 24 de Outubro.

Conforme o laudo técnico realizado por uma bióloga contratada pelo condomínio, a queda do galho ocorreu em novembro de 2019, numa noite sem vento ou chuva, deixando uma lesão aberta que serviu de porta de entrada para micro-organismos decompositores, que enfraquecerão a estrutura de sustentação da planta. Por risco em potencial, a necessidade de supressão foi atestada.

Em nota enviada a Zero Hora, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Sustentabilidade afirma que a autorização para a supressão do guapuruvu, assim como de qualquer outra árvore, apenas é concedida após análise técnica habilitada. A pasta também informa que há previsão do plantio de seis mudas nativas, sendo uma no local, para compensação do corte da árvore.

BRUNO TEIXEIRA

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