sexta-feira, 30 de outubro de 2020



30 DE OUTUBRO DE 2020
+ ECONOMIA

Em casa sem pão, ninguém tem razão 

Nhonho. Maria Fofoca. Despreparado, desleal e fura-teto. Imposto de m@#!a. Outubro virou o mês de expressões drásticas no Planalto. Ontem, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a abusar dos adjetivos.Afirmar, no Congresso, que a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) é uma "casa de lobby" que financia "ministro gastador para ver se fura teto e derruba o outro lado". O lobby do qual reclamava é contra a CPMF. O fura-teto é o de sempre, seu colega do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. Assim, Guedes acusou a Febraban de tentar derrubá-lo.

Até o discreto presidente do BC, Roberto Campos Neto, foi acusado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de "não estar à altura do cargo" por ter supostamente vazado uma conversa entre os dois para tentar destravar as votações. Ao menos neste caso, Maia voltou atrás e afirmou ter "confiança" em Campos Neto.

O vocabulário extremo revela o nível de pressão e indica que o governo vive uma fase descrita no dito popular "em casa que não tem pão, todos brigam e ninguém tem razão". A menos que uma vacina chegue a galope, a recuperação em V está ameaçada. Agora, não se trata só de falta de dinheiro para bancar o programa social que o presidente ambiciona para tentar se reeleger.

Neste mês marcado pelo clima de quinto ano entre os próceres da República, brasileiros mais informados ficaram sabendo que o governo Bolsonaro tem de pagar R$ 643 bilhões em dívidas entre janeiro e abril. Os números da dívida pública brasileira são gigantescos, mas esse valor corresponde a mais do que o dobro da média dos últimos cinco anos.

Isso ocorreu porque o Tesouro teve de encurtar o prazo dos títulos para encontrar investidores que aceitassem correr o risco Brasil no pandemônio na pandemia. É por isso que, no mercado, se fundem o temor da segunda onda e a desconfiança com a sustentabilidade das contas públicas. Os xingamentos canalizam a frustração, mas não resolvem problemas objetivos. Para isso, é preciso palavras e cálculos racionais.

das indústrias do RS têm dificuldades para obter insumos e matérias-primas, segundo a Fiergs. Mais da 
mARTA SFREDO

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